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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cigarro sua vida vale R$5,75?

Consumidor gasta mais 

com cigarros do que com 

  arroz e feijão, afirma 

economista

Dia Mundial sem Tabaco é celebrado nesta sexta-feira      

Consumidor gasta mais com cigarros do que com arroz e feijão, afirma economista Adriana Franciosi/Agencia RBS
13% do total de óbitos no Brasil é causado pelo cigarroFoto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Os gastos da população com cigarros têm se mantido nos últimos anos e o peso dessas despesas no orçamento mensal dos consumidores "é relevante", disse o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. 

No Dia Mundial sem Tabaco, comemorado nesta sexta-feira, o economista comentou as implicações do consumo de cigarro para o orçamento doméstico. Segundo ele, os consumidores gastam com o cigarro o dobro do que usam para comprar arroz e feijão. 

— 1,20% da renda média é gasta com cigarro. É um número representativo se se olhar o gasto com arroz e feijão que é a metade disso, só 0,60% — disse.

Segundo dados da Souza Cruz, em 2012, a empresa atingiu 74,9% do mercado brasileiro de cigarros, confirmando a primeira posição no setor. No quarto trimestre, a participação teve um crescimento de 1,2 ponto percentual no ano chegando à participação recorde na sua história de 76.6%.

Ainda de acordo com a empresa, o lucro operacional ficou em R$ 2,37 bilhões, que representam aumento de 9% em relação a 2011. O desempenho inclui os resultados com exportação de tabaco, que no mesmo período de comparação, conforme a companhia, teve crescimento de 106%.

O valor médio em reais dos gastos dos consumidores, no entanto, não é calculado, segundo o economista da FVG, por que varia conforme a quantidade de fumo por família e o número de integrantes de cada uma.André Braz explicou que os gastos sempre tiveram peso relevante (acima de 1%), mas ficaram estáveis nos últimos 10 anos por que quem gosta de fumar não abre mão do cigarro. Braz esclareceu que, apesar da queda no número de fumantes, o peso dos gastos permanece em destaque por causa da elevação do preço do produto. 

— O governo implementou uma política de aumento de imposto do produto para desestimular, então ainda que o número de fumantes seja em menor grupo, sustenta o vício a um preço maior — disse.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), na população com mais de 15 anos de idade, o consumo de cigarros no Brasil caiu de 32%, em 1989, para 17% em 2008. Os 17% correspondem a 25 milhões de fumantes. Para o pneumologista do Inca, Ricardo Meirelles, a queda é resultado de um conjunto de ações do Programa Nacional de Antitabagismo. — A conscientização da população sobre o tabagismo e as leis são importantes. A lei que proíbe o fumo em ambiente fechado é importante porque sensibiliza o fumante e o incentiva a parar de fumar. A gente nota que as pessoas querem parar de fumar por que não têm mais liberdade de fumar como antigamente — afirma.

Para o pneumologista, o aumento no preço do cigarro também influencia no combate ao vício. Citou também outros fatores: a proibição de propaganda, as campanhas para que os jovens não comecem a fumar, o aumento da oferta de assistência ao fumante na rede pública e, por último, a proibição que as pessoas fumem em prédios públicos. 

O pneumologista citou também as queixas crescentes das pessoas que dizem estar com a saúde prejudicada pela convivência com os fumantes. Na avaliação de Meirelles, é muito mais econômico para o governo implementar um programa contra o tabagismo, mesmo comprando os medicamentos, do que pagar o tratamento da doença causada pelo vício. Ele explicou que o tratamento se baseia em duas formas. 

— Primeiro é preciso entender que o tabagismo é dependência química. A nicotina é muito poderosa e pode causar dependência química até maior que outras (substâncias) — analisou.

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