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terça-feira, 13 de agosto de 2013

De volta aos braços da Capital!

De volta aos braços da Capital

Após 38 dias fechado devido ao incêndio que destruiu parte do segundo andar, Mercado Público reabre mais seguro nesta terça-feira

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De volta aos braços da Capital Anderson Fetter/Agência RBS
Termina às 10h desta terça-feira, em grande parte, a provação que afligia, desde 6 de julho, comerciantes e fregueses de um dos pontos turísticos mais estimados de Porto Alegre.

Na definição de um dos permissionários mais antigos, o incêndio que destruiu 10% do Mercado Público, forçando a suspensão das vendas e do fornecimento de energia elétrica, transformou o prédio histórico de rotina vibrante em um "buraco":

– Parecia um velório, não parecia um mercado.
Angelo Bessa de Sousa, 68 anos, sócio-gerente da Padaria Copacabana, inaugurada em 1964, na manhã de segunda supervisionava a equipe que preparava massas e recheios, ansiando pela retomada da rotina de mais de cinco décadas – começou a trabalhar no mercado em 1962, aos 19 anos. Das 110 bancas, 73, todas localizadas no térreo, voltam a operar nesta manhã. Como Sousa, muitos permissionários preencheram os 38 dias ociosos realizando reparos nas lojas, intensificando a faxina e discutindo a regularização das instalações em reuniões com autoridades. O ambiente que recepciona o público do Centro, com exceção da imensa lona preta que cobre a região afetada no segundo pavimento, é o mesmo de antes, exibindo um sortimento colorido de produtos frescos.



Ainda cercado de prateleiras vazias, o português natural de Baião, vila próxima à cidade do Porto, resgatava as lembranças do horário de maior movimento, geralmente entre 6h e 9h, quando os passageiros do Trensurb enchem a padaria, atrás de sanduíches, cucas e bolos a caminho do escritório. Vende cerca de 10 mil cacetinhos por dia. Pão d'água de meio quilo, "pão de quarto" e biscoito champanhe são iguarias antigas que resistem no cardápio da Copacabana. Sousa torce pela normalização rápida dos negócios para amenizar o prejuízo.

– A cada trem daqueles que chega, dá uma enchente de gente. Centenas, milhares de pessoas – descreve Sousa. – Esta padaria é a minha vida. A Copacabana nunca existiu sem mim – completa.

Na juventude, Sousa trabalhou de madrugada, servindo canja e sanduíche de pernil aos frequentadores das boates das redondezas. Lembra do bonde passando em frente e da total segurança de que desfrutavam os boêmios. Na década de 1980, a noite começou a ficar perigosa, e a padaria encurtou o período de atendimento, fechando às 22h, prática que segue até a atualidade. O comerciante superou o incêndio de 1979 sem perdas e amargou uma época de inatividade em 1996, quando foi colocada a cobertura no prédio. Mas nada que se compare à indefinição e à angústia das últimas semanas. Não tinha resposta para dar a quem passava pedindo informações ou telefonava interessado em encomendas: "Quando vai reabrir?".

– Muito ruim. Um clima triste, de desolação – conta.

Sousa utiliza itens perecíveis e lamenta não ter conseguido doar a grande quantidade de mercadorias que tiveram de ser jogadas no lixo no decorrer de julho _ como havia a perspectiva de retomar, a qualquer momento, a produção que demanda 65 funcionários, foi segurando os estoques. Na sexta-feira, aliviado com a divulgação da data de reabertura, desprezou a má fama do número e do mês.

– Treze é um número danado. E o mês é agosto! – diverte-se.

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