Delator revela nomes de esquema na Petrobras
Renan Calheiros e Eduardo Campos foram citados por ex-diretor Paulo Roberto Costa
A revelação de parte do conteúdo dos depoimentos do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e, principalmente, o nome de pelos
menos 25 políticos vinculados a cinco partidos (PT, PMDB, PP, PR e PTB) fez
desabar sobre as campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da adversária
ex-senadora Marina Silva (PSB) os piores temores em meio à campanha eleitoral.
Revelados pela revista Veja na edição deste final de semana, os nomes dos
supostamente envolvidos no escândalo investigado pela Polícia Federal
provocaram, na noite de sexta-feira, reuniões extraordinárias dos comitês das
duas candidatas, que buscavam avaliar repercussões das denúncias sobre as suas
candidaturas.
Numa série de depoimentos iniciados semana passada, o ex-diretor apontou o envolvimento de deputados e senadores, governadores e de pelo menos um ministro com os desvios de dinheiro de contratos da estatal com grandes empresas. Costa apontou, entre outros, um “operador do PMDB”, político fluminense, atribuindo-lhe o papel de intermediário de aliados do governo em negociações com empresas fornecedoras de bens e serviços à Petrobras. A atuação desse político se estenderia à distribuição de propinas a partir de contas no exterior. Os políticos receberiam, segundo Costa, 3% do valor dos contratos da Petrobras. Temor nos comitês do PT e PSB A tranquilidade desapareceu, pelo menos momentaneamente, nos comitês de campanha de Dilma Rousseff (PT) e da ex-senadora Marina Silva (PSB) com as revelações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa que apontou, em seu depoimento à Polícia Federal, a existência de um esquema para pagamento de propina decorrente de contratos negociados pela estatal com outras empresas. Nas noites de quinta e sexta-feira, os comitês estiveram movimentados. Dilma reuniu assessores assim que desembarcou em Brasília, no final da tarde de quinta-feira, para avaliar o estrago da denúncia. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi o primeiro a se reunir com ela. No Alvorada, todos aguardavam os nomes dos possíveis envolvidos na delação premiada que motivou o depoimento de Costa à PF. A primeira avaliação foi a de que, até aquele momento, as informações com nomes das pessoas que estavam sendo citadas eram as mesmas que circulavam nos bastidores. Em São Paulo, o comando da campanha de Marina se reuniu na sexta-feira. Assessores chegaram ao comitê sem esconder um clima de tensão. Marina, que inicialmente não participaria do encontro, chegou ao local depois do vazamento de informações sobre o assunto. No partido, chegou-se a prever que Marina poderá cancelar compromissos de campanha no fim de semana. Ao final da reunião, perguntada sobre o assunto, Marina desconversou: “Não li a matéria”. A investigações que atingem a base governista podem respingar também na campanha do PSB. Um dos principais focos da investigação são contratos de empreiteiras com refinaria a Abreu e Lima, em Pernambuco. Quem foi citado Edison Lobão (PMDB), ministro João Vaccari Neto (PT), secretário de Finanças do PT Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco — morto no mês agosto em acidente Henrique Eduardo Alves (PMDB), pres. da Câmara dos Deputados Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado Ciro Nogueira, senador e presidente nacional do PP Romero Jucá (PMDB), senador Cândido Vaccarezza (PT), deputado federal João Pizzolatti (PT), deputado federal Mario Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades Sergio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão Correio do Povo |
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