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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Volta às aulas na rede estadual terá professores a menos e escolas fechadas

Parte dos 970 mil estudantes que iniciam o ano letivo nesta quinta-feira terá de estudar em prédios emprestados, enquanto a Secretaria da Educação calcula ter de contratar 910 professores para repor os desfalques

por Nilson Mariano
25/02/2015 | 04h01
Volta às aulas na rede estadual terá professores a menos e escolas fechadas Júlio Cordeiro/Agencia RBS
Na escola Itália, na Capital, últimos retoques são dados para receber os estudantes Foto: Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Os alunos estudam e os professores ensinam, mas quem parece não aprender a lição é o governo do Estado. Nesta quinta-feira, em um roteiro que se repete, os matriculados na rede pública começam o ano letivo deparando com a falta de professores e escolas em obras. A situação é tão precária que parte deles terá de ser transferida para prédios emprestados, ou até adiar o início das aulas.
O novo secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, admite as deficiências. Anuncia que chamará 540 professores já aprovados em concurso, além de contratar mais 370 em caráter de emergência. O levantamento de 910 profissionais que faltam para completar o quadro é contestado pelo Cpers/Sindicato, que aponta número 10 vezes maior.
Secretário Vieira da Cunha: "Há muitas escolas precárias"
Vieira da Cunha reconhece que nem todas as 87 escolas em conserto serão concluídas a tempo. Diz ter pedido R$ 50 milhões à Secretaria Estadual da Fazenda para acelerar os trabalhos. O secretário lamenta que alguns educandários terão de transferir turmas para outros prédios — alugados ou emprestados —, porque não será possível dar aula na própria sede. Até ontem, a Secretaria Estadual da Educação (SEC) não sabia quantos colégios serão atingidos pelas remoções temporárias.
Em função do atraso nas obras, e como não existe alternativa de outro imóvel, o secretário não descarta a possibilidade de que escolas necessitem adiar o início das aulas. Se isso ocorrer, garante que serão poucas e por breve período.
Além da falta de professores e de edifícios inacabados, haverá a insatisfação dos professores a contornar. A presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, diz que a categoria está recebendo somente 48% do equivalente ao piso nacional. Eram 34,6%, mas o último reajuste de 13,01%, concedido pelo governo federal, agravou a defasagem pelo efeito cumulativo que embute.
O Cpers também discorda das estatísticas do governo. A presidente calcula que estão faltando quase 10 mil professores. Afirma que somente 7,6 mil deixaram a atividade por aposentadoria, morte ou exoneração, ano passado.

Apesar das adversidades, haverá um esforço, na maioria dos colégios, para receber os alunos em ambientes agradáveis. A Escola Estadual de Ensino Médio Itália, de Porto Alegre, está com dois jardins floridos — à entrada e no pátio — para recepcionar os 1,2 mil estudantes, 70 professores e 11 funcionários. A diretora, Márcia Masiel Schneider, diz que banheiros, bebedores e salas foram melhorados:
— Nossa escola ficou bem bonitinha, modéstia à parte, e isso motiva os alunos.
O secretário promete investir na qualidade do ensino. Como prioridade, tentará diminuir a violência e a intolerância dentro das escolas. Também apostará no tempo integral, tendo por inspiração os Cieps, idealizados por Leonel Brizola e Alceu Collares.
— Estamos identificando as comunidades que desejam, e onde há condições físicas para a implantação do turno integral — ressalta.

Zero Hora.

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