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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Independente, conservador e duro com Dilma: o Congresso em 2015
Parlamentares voltam ao trabalho na terça-feira com menos vinculação ao núcleo petista e propensão a não votar temas progressistas
por Mauricio Tonetto | @mauriciotonetto23/02/2015 | 17h35
Desde Severino Cavalcanti, em 2005, o Partido dos Trabalhadores não enfrentava um Congresso tão disposto à autonomia e com poder de barganha Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados,Divulgação
O Congresso que retoma as atividades na próxima terça-feira, após 11 dias de folga remunerada em R$ 279 milhões no Carnaval, é o mais independente dos últimos 10 anos. Com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da Câmara dos Deputados e Renan Calheiros (PMDB-AL) do Senado, o Legislativo debaterá principalmente ajustes fiscais e econômicos. Temas progressistas e sociais, além de projetos prioritários do PT, tendem a ser trancados.
Desde Severino Cavalcanti, em 2005, o Partido dos Trabalhadores não enfrentava um Congresso tão disposto à autonomia e com poder de barganha. Cunha, na primeira semana de trabalho, desengavetou a reforma política, pautou o orçamento impositivo contra a vontade da equipe econômica e autorizou a criação da CPI da Petrobras. Em entrevista a Zero Hora (leia acima), deu o novo tom da Câmara: "O que está faltando ao governo é articulação".
Evangélico, o novo presidente da Casa dificilmente será sensível à criminalização da homofobia, legalização do aborto e flexibilização do combate às drogas, entre outras pautas progressistas. A Câmara deve ainda pressionar o governo a diminuir os investimentos em programas sociais em nome do controle de gastos, o que deve gerar uma insatisfação dentro do PT com Dilma Rousseff.
– Vários assuntos já estão sendo colocados de forma independente. O potencial de atrito é maior. O Planalto não pode ficar isolado de sua base política. Dilma terá de se envolver diretamente, os chefes de poderes querem falar com os chefes de poderes – analisa o mestre em Ciência Política e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) Murillo de Aragão.
istro-chefe da Casa Civil), Pepe Vargas (ministro de Relações Institucionais) e José Guimarães (PT-CE, líder do governo na Câmara). Para o também professor de Ciência Política da UnB Ricardo Caldas, o primeiro confronto se dará nos próximos dias, na votação do reajuste da tabela do Imposto de Renda. Caldas afirma que o PT está sendo testado para o rigor na economia que está chegando:
– É o ano de colocar a casa em ordem, arrumar as finanças, aumentar a carga tributária. Deve ser desgastante para a presidente. A dúvida é se o PT conseguirá recompor a maioria.
Zero Hora.
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